Se você já viu alguém cheirando a rolha ao abrir uma garrafa de vinho e não entendeu o que estava acontecendo, nós vamos explicar o porquê!
Ao contrário do que se pode pensar, não é uma firula.
Cheirar a rolha antes mesmo de servir o vinho na taça serve para perceber se a bebida está em perfeitas condições ou contaminada por tricloroanisol.
Tricloroanisol (TCA)
O tricloroanisol é um composto químico que pode ser encontrado em pequenos traços em materiais de embalagem e em madeira, ou seja, nas rolhas.
A rolha é feita de cortiça natural, da casca do sobreiro. Ela é suscetível a fungos, responsáveis pelas reações químicas que geram o TCA.
Se a parte da rolha contaminada estiver em contato direto com o líquido, o TCA vai para a garrafa, que desenvolve um cheiro de mofo, toalha úmida ou papelão molhado.
O Cork Quality Council, uma organização americana sem fins lucrativos, vem monitorando os níveis de contaminação por TCA e observou que houve redução de 81% de 2001 até os dias atuais.
Em 2009, Lisa Airey, uma importante educadora americana em vinhos, relatou os resultados da convenção anual da French Wine Society: apenas 0,8% dos vinhos apresentavam vestígios dos odores causados por TCA.
Bouchonné, a doença da rolha
Bouchon significa rolha em francês, emprestando o nome ao que chamamos no Brasil de doença da rolha – vinho ‘rolhado’.
O termo é usado para designar os vinhos acometidos pelo TCA.
Há chances do vinho ser contaminado ao passar pelas barricas e tonéis de madeira, mas elas são bem menores.
As estimativas apontam que apenas 2% a 5% dos vinhos vedados com rolha de cortiça vão apresentar contaminação por TCA.
E não pense que isso é um sinal de vinho de má qualidade: qualquer vinho, de qualquer tipo, pode ser vítima. Não tem relação alguma com a qualidade da bebida, origem ou armazenamento.
Se você chegou a ingerir a bebida contaminada, não se preocupe quanto aos efeitos na sua saúde: a substância não é nociva, não te causará nenhum mal-estar físico – talvez estrague a sua experiência, mas nada além disso.